Belém marca Natal sombrio sob a sombra da guerra em Gaza
BELÉM: Centenas de pessoas se reuniram na Igreja da Natividade, na cidade sagrada de Belém, na terça-feira, para marcar outro Natal solene ofuscado pelo conflito em Gaza.
Faltaram pelo segundo ano consecutivo as decorações festivas, e a multidão empalideceu em comparação com as multidões de turistas e peregrinos dos Natais anteriores – um reflexo do clima sombrio à medida que o conflito entre Israel e os combatentes palestinos na Faixa de Gaza se arrasta.
Na Praça Manger, no coração da cidade palestina dominada pela reverenciada igreja que marca o local onde os cristãos acreditam que Jesus Cristo nasceu, um grupo de escoteiros realizou um pequeno desfile que quebrou o silêncio da manhã.
“Nossos filhos querem brincar e rir”, dizia uma placa carregada por um deles, enquanto seus amigos assobiavam e aplaudiam.
Tradicionalmente em Belém, uma grande árvore de Natal iluminava a Praça da Manjedoura, mas as autoridades locais optaram por não celebrar celebrações elaboradas pelo segundo ano. “Este ano limitamos a nossa alegria”, disse o prefeito de Belém, Anton Salman.
As orações, incluindo a famosa missa da meia-noite da igreja, ainda serão realizadas na presença do Patriarca Latino da Igreja Católica, mas as festividades serão de natureza mais estritamente religiosa do que as celebrações festivas que a cidade já realizou.
Apesar do clima sombrio, alguns cristãos na Terra Santa – que são cerca de 185 mil em Israel e 47 mil nos territórios palestinianos – estão a encontrar refúgio na oração.
O conflito de Israel em Gaza deixou 45.338 mortos, segundo o Ministério da Saúde no território controlado pelo Hamas, números que a ONU considera fiáveis.
Publicado em Dawn, 25 de dezembro de 2024