Segundo turno tripartido e negociação de cavalos: o que acontece a seguir nas eleições francesas
Paris:
Veja como funcionará o segundo turno das eleições parlamentares da França em 7 de julho e os possíveis cenários depois que as pesquisas de boca de urna mostraram que o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, venceu o primeiro turno de domingo.
COMO FUNCIONA?
As eleições para os 577 assentos na Assembleia Nacional francesa são um processo de duas voltas.
Em distritos eleitorais onde nenhum candidato venceu no primeiro turno, os dois candidatos mais votados, bem como qualquer candidato com mais de 12,5% do número total de eleitores registrados naquele distrito, passam para um segundo turno.
Quem obtiver mais votos no segundo turno ganha a cadeira.
A elevada participação no domingo significa que cerca de 300 círculos eleitorais enfrentam agora possíveis segundas voltas a três que, em teoria, favorecem o RN.
Para evitar estas duas voltas e bloquear o RN, os políticos franceses de centro-direita e centro-esquerda praticam há muito tempo o que chamam de “frente republicana”, através da qual o candidato terceiro classificado abandona a corrida e exorta os eleitores a apoiar o candidato em segundo lugar.
Todos os candidatos que vão ao segundo turno têm até terça-feira à noite para decidir se desistem ou disputam o segundo turno.
COMO ESTÁ PARECENDO DESTA VEZ?
Muitos líderes políticos deram orientações a candidatos e eleitores na noite de domingo.
O presidente Emmanuel Macron pediu uma “ampla manifestação em apoio aos candidatos republicanos e democratas” para o segundo turno, efetivamente se posicionando contra o partido de extrema direita Nationaly Rally e o partido de extrema esquerda France Unbowed (LFI).
O seu antigo primeiro-ministro, Edouard Philippe, apelou explicitamente aos candidatos do seu partido para que desistissem se estivessem na terceira posição e se apoiassem em candidatos do centro-esquerda à centro-direita, excluindo o RN e o LFI.
À esquerda, os líderes socialistas e da LFI também apelaram aos seus terceiros candidatos para desistirem para bloquear o RN.
O partido conservador Republicano, que se dividiu antes da votação com um pequeno número de seus legisladores unindo forças com o RN, não deu nenhuma orientação.
O QUE VAI ACONTECER AGORA?
A eficácia da “frente republicana” enfraqueceu ao longo dos anos e muitos eleitores já não acatam os conselhos dos líderes partidários.
Também é possível que os candidatos se recusem a desistir, apesar da orientação dos quartéis-generais políticos em Paris.
Mas as conversações nas próximas 48 horas serão cruciais e poderão alterar significativamente os resultados, potencialmente decidindo se o RN alcançará ou não uma maioria absoluta no parlamento.
Isso torna o resultado do segundo turno extraordinariamente difícil de prever. Até mesmo os pesquisadores pediram cautela em suas próprias projeções de assentos.
(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)