Duas dezenas de líderes mundiais reuniram-se na terça-feira na Rússia para a abertura de uma cimeira de três dias do grupo Brics, uma aliança de economias emergentes que o Kremlin espera que desafie a “hegemonia” ocidental.
'Mundo multipolar' Os Estados Unidos rejeitaram a ideia de que os Brics possam tornar-se um “rival geopolítico”, mas expressaram preocupação com o facto de Moscovo flexionar a sua força diplomática à medida que o conflito na Ucrânia se intensifica.
Moscovo tem avançado constantemente no campo de batalha no leste da Ucrânia este ano, enquanto reforçar os seus laços com a China, o Irão e a Coreia do Norte – três dos adversários de Washington.
Segurança
Putin deverá reunir-se individualmente com Modi e Xi, bem como com os líderes da África do Sul e do Egipto, na terça-feira, seguido de conversações separadas com Erdogan e com o presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, na quarta-feira.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também está a realizar a sua primeira viagem à Rússia desde Abril de 2022 para participar na cimeira. Ele se reunirá com Putin na quinta-feira, de acordo com um programa compartilhado por Ushakov.
Antes da cimeira, AFP jornalistas na cidade relataram medidas de segurança reforçadas e uma presença policial visível.
A região circundante do Tartaristão, que fica a cerca de 1.000 quilómetros (620 milhas) da fronteira com a Ucrânia, já foi atingida por ataques de drones ucranianos de longo alcance.
A circulação no centro da cidade está a ser limitada, os residentes são aconselhados a ficar em casa e os estudantes universitários estão a sair dos dormitórios, informou a imprensa local.
Encorajado O Ocidente acredita que a Rússia está a usar o grupo Brics para expandir a sua influência e promover as suas próprias narrativas sobre o conflito na Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que outros países poderiam se sentir encorajados se Putin vencer no campo de batalha na Ucrânia.
Começando com quatro membros quando foi criado em 2009, o Brics expandiu-se desde então para incluir vários outros países emergentes, como a África do Sul, o Egipto e o Irão.
Mas o grupo também está repleto de divisões internas, inclusive entre os principais membros, Índia e China.
A Turquia, membro da NATO com laços complexos tanto com Moscovo como com o Ocidente, anunciou no início de Setembro que também queria aderir ao bloco.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou sua viagem planejada ao cume no último minuto, depois de sofrer um ferimento na cabeça que causou uma pequena hemorragia cerebral.