Inventar o futuro, em vez de adaptar o passado
Os países da Europa emergente estão melhor posicionados do que a Europa Ocidental para aproveitar ao máximo as tecnologias de automação — incluindo robótica, inteligência artificial e aprendizado de máquina — que estão transformando as indústrias e o mundo do trabalho.
Costuma-se dizer que, às vezes, quando pensamos que estamos inventando o futuro, na realidade estamos apenas adaptando o passado. Esse é frequentemente o caso com a tecnologia: nós a usamos para fazer as mesmas coisas de uma maneira diferente, em vez de repensar completamente os processos e procedimentos existentes.
Tecnologias de automação — incluindo robótica, inteligência artificial e machine learning — estão transformando indústrias e o mundo do trabalho. Enquanto a automação simplifica processos e aumenta a eficiência, ela também pode levar ao deslocamento de empregos e à necessidade de requalificação e requalificação da força de trabalho.
O relatório recente, O Futuro da Competitividade Europeiade autoria do ex-primeiro-ministro italiano e presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, destaca que a Europa está ficando para trás dos EUA e da China.
Para lidar com esse declínio, são necessários enormes investimentos, bem como ganhos de produtividade e competitividade. Nesse sentido, os países da Europa emergente estão em melhor posição do que a Europa Ocidental — particularmente a França e a Alemanha. As duas maiores economias da União Europeia não se adaptaram ao potencial total das novas tecnologias e são excessivamente dependentes de indústrias tradicionais que estão lutando contra concorrentes dos EUA e da Ásia.
Equipado com as competências necessárias para hoje e amanhã
A demanda por habilidades está evoluindo rapidamente, impulsionada pelos avanços tecnológicos e pelas mudanças nas necessidades do mercado.
O aprendizado ao longo da vida se tornou essencial para permanecer competitivo na força de trabalho, levando indivíduos e organizações a investir em educação contínua e desenvolvimento de habilidades. A força de trabalho altamente qualificada, adaptável e com preços razoáveis da Europa emergente está bem posicionada para capitalizar aqui.
Ferramentas de colaboração e plataformas digitais permitem comunicação e colaboração perfeitas entre equipes remotas e distribuídas. Reuniões virtuais, software de gerenciamento de projetos e plataformas de colaboração facilitam o trabalho em equipe e o compartilhamento de conhecimento entre regiões geográficas.
Elas têm sido um catalisador para o desenvolvimento de nuvens de talentos e equipes elásticas — equipes sob demanda de especialistas qualificados que estão disponíveis e prontos para agregar valor às organizações — que aumentam a eficiência e a produtividade das organizações, ao mesmo tempo em que reduzem custos.
Isso permite que empresas da Europa Central e Oriental cresçam e compitam em igualdade de condições, ao mesmo tempo em que oferece mais oportunidades para talentos na região.
Todas as organizações, grandes e pequenas
Há também um papel simbiótico entre organizações grandes e pequenas quando se trata do futuro do trabalho e das estruturas organizacionais. O Ecossistema de Aplicação Mútua de Baleias e Plânctons, conforme cunhado por Rishad Tobaccowala, é uma metáfora frequentemente usada no contexto de ecossistemas de negócios para descrever a relação simbiótica entre grandes empresas (baleias) e startups menores e inovadoras (plânctons).
Empresas com conhecimento tecnológico e ágil da Europa Central e Oriental podem se destacar aqui.
As baleias representam empresas grandes e bem estabelecidas com recursos substanciais, uma forte presença de mercado e uma ampla base de clientes. Essas empresas geralmente oferecem produtos ou serviços bem conhecidos, têm extensas redes de distribuição e desfrutam de reconhecimento de marca significativo. Na analogia do ecossistema, as baleias fornecem estabilidade, escala e recursos que dão suporte ao sistema mais amplo.
Por outro lado, o plâncton simboliza startups menores e ágeis ou empresas inovadoras que operam no mesmo ecossistema. Essas empresas são conhecidas por sua inovação, flexibilidade e potencial para perturbar mercados tradicionais. Nessa metáfora, o plâncton traz diversidade, criatividade e energia ao ecossistema, frequentemente se tornando um recurso valioso para empresas maiores alavancarem.
O conceito de reforço mútuo destaca a relação simbiótica entre baleias e plâncton, onde ambos se beneficiam dos pontos fortes um do outro.
As baleias ganham acesso a tecnologias de ponta, produtos ou modelos de negócios por meio de parcerias com startups, o que pode aumentar sua competitividade e promover o crescimento. A colaboração com empresas inovadoras também ajuda as empresas maiores a permanecerem adaptáveis e responsivas às mudanças nas condições de mercado.
Isso representa uma oportunidade para empresas da Europa Central e Oriental: elas não precisam apenas aspirar a ser a próxima Microsoft, Google ou Apple. Em vez disso, elas podem se encaixar em um ecossistema maior e complexo.
Em suma, tecnologia, automação e o futuro do trabalho representam oportunidades para empresas, empreendedores e indivíduos da Europa emergente. Eles estão bem posicionados para aproveitar essas mudanças para inventar seus próprios futuros, assim como o da região, em vez de permanecerem presos à modernização do passado.
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