CM Maryam pede ação policial contra suspeitos de blasfêmia em vez de usar alegações para “acertar contas”
A ministra-chefe do Punjab, Maryam Nawaz, enfatizou na quinta-feira a necessidade de ação policial contra suspeitos de blasfêmia, mas alertou contra o uso de tais alegações para “acertar contas”.
Linchamentos de multidões são relativamente frequentes no Paquistão, e até mesmo uma alegação não comprovada de blasfêmia pode desencadear violência. No mês passado, a câmara baixa do parlamento paquistanês aprovou uma resolução condenando os recentes incidentes de violência de multidões em várias partes do país, incluindo o linchamento de um homem de Swat por supostamente profanar o sagrado Alcorão.
Falando em uma conferência em Lahore organizada para o Ittehad Bainul Muslimeen — um órgão formado pelo governo de Punjab para manter a harmonia religiosa, a fraternidade e a tolerância — Maryam falou sobre o uso indevido de alegações relacionadas à blasfêmia.
“Muitas vezes, essas alegações são usadas para acertar contas”, disse Maryam. “Se uma multidão se reúne e faz justiça com as próprias mãos sem determinar quem fez o quê, então ninguém seria poupado.”
Em seu discurso de hoje, Maryam observou que houve um aumento significativo nos incidentes de suposta profanação do Alcorão sagrado, enfatizando a necessidade de descobrir suas causas.
O primeiro-ministro então destacou a importância de uma ação policial rápida para determinar a veracidade de tais alegações, bem como sentenciar alguém caso seja considerado culpado.
“Não importa o que aconteça, não devemos permitir [anyone] para fazer justiça com as próprias mãos, criar tribunais nas suas ruas e áreas, e proferir sentenças e fatwas”, afirmou Maryam.
O primeiro-ministro enfatizou a necessidade de as autoridades se unirem para determinar como lidar com a questão das crescentes reclamações de profanação.
Ela observou que, sem determinar os fatos após tal alegação ser feita, “anúncios são feitos e em poucos momentos — antes mesmo da polícia chegar — as pessoas se reúnem nas ruas e incêndios criminosos, vandalismo, [and] a violência começa aí”.